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Sintomas da fibrose cística

A manifestação e a gravidade dos sintomas da Fibrose Cística variam entre cada paciente e as fases da vida. Da mesma forma, os sintomas tendem a variar de acordo com a adesão dos pacientes ao tratamento da Fibrose Cística. Quanto melhor a adesão ao tratamento proposto aumentam as chances de que alguns sintomas desapareçam ou tornem-se mais leves.

Os sistemas respiratório, digestivo e reprodutivo são normalmente os mais afetados pelo acúmulo do muco espesso na Fibrose Cística, por isso, os mais impactados pelos sintomas da doença.

Entre os sintomas comuns da Fibrose Cística estão:

  • dificuldade de crescimento, ganho de peso abaixo da normalidade, deficiência de vitaminas e desnutrição;
  • fezes anormalmente volumosas, gordurosas e com mau cheiro;
  • pneumonias e bronquites frequentes;
  • sinusite crônica;
  • tosses constantes com catarro e eventualmente sangue;
  • pele com gosto salgado, decorrente do excesso de sal no suor;
  • aparecimento de pólipos nasais (tecido inflamado dentro do nariz);
  • infecções respiratórias frequentes causadas pelas bactérias Pseudomonas aeruginosa (Pa), Staphylococcus aureus ou Haemophilus infuenzae.

Outras consequências da Fibrose Cística podem ser:

  • azoospermia obstrutiva no homem (obstrução do canal deferente, por onde passa o sêmen) e obstrução do canal do colo do útero nas mulheres, pelo excesso de muco. Em ambos os casos há dificuldade de reprodução;
  • baixa densidade óssea e osteoporose;
  • alargamento das pontas dos dedos das mãos e pés (baqueteamento digital);
  • diabetes.

Entenda quais os principais sinais e sintomas da Fibrose Cística em cada sistema do corpo humano:

  • Sistema respiratório: o muco espesso pode causar uma variedade de sintomas nas vias aéreas, desde o nariz até os pulmões. Sem tratamento adequado, as pessoas com Fibrose Cística apresentam tosse crônica, produção excessiva de catarro e falta de ar. Em fases avançadas, ou quando o tratamento não é eficaz, podem ocorrer mudanças na arquitetura do pulmão, dificultando a respiração, episódios de tosse com sangue e dificuldade de receber oxigênio suficiente para o corpo, entre outros. Além da Pa, outras bactérias comuns nas vias aéreas são Staphylococcus aureus e Haemophilus infuenzae. O excesso de muco e infecções na região conhecida como “seios paranasais” pode causar dores de cabeça e problemas respiratórios, sinusite crônica e pólipos nasais (crescimento excessivo do tecido nasal), aumentando as dificuldades respiratórias.
  • Sistema digestivo: o muco espesso pode também bloquear as vias do pâncreas, impedindo que as enzimas produzidas por este órgão cheguem ao intestino. Com isso, o organismo do paciente com Fibrose Cística não consegue absorver gorduras em quantidade suficiente, o que pode causar deficiência de vitaminas e desnutrição, fezes volumosas, gases, inchaço na barriga, constipação grave, diarreia, dor e desconforto abdominais. Em crianças, o ganho de peso e o crescimento são deficientes.
  • Sistema reprodutivo: os homens com fibrose cística são naturalmente inférteis devido à azoospermia obstrutiva. Apesar disso, os avanços na medicina já permitem algumas alternativas. Já nas mulheres, pode haver muita dificuldade para engravidar, por conta do excesso de muco bloqueando os canais do colo do útero, ou ainda por conta de outras complicações da fibrose cística, como a desnutrição. É importante ressaltar que, por se tratar de uma doença genética, o filho de uma pessoa com fibrose cística teria maior probabilidade de também nascer com a doença: a chance é de no mínimo 50%.
     

O que é muco e qual sua função no organismo?

Para entender os sintomas da Fibrose Cística, é preciso compreender a função do muco no organismo. O muco é uma substância produzida pelas glândulas exócrinas, presentes em alguns órgãos, com a finalidade de manter esses órgãos úmidos e livres de infecções.

Nas pessoas com Fibrose Cística o muco torna-se espesso e se acumula em alguns órgãos e vias do corpo, facilitando a ocorrência de inflamações e o aparecimento de infecções.